Bom, a pergunta que você deve se fazer é se o teste de gravidez de farmácia é confiável. São tantas opções, e com preços tão variados, que provavelmente deve haver diferença entre eles, certo?  A resposta não é tão simples, como vamos ver adiante.

      A primeira coisa que você deve saber é que existe um controle de qualidade rigoroso nos testes de farmácia, e portanto todos têm uma capacidade alta de detectar gravidez. Em termos numéricos, os testes comercializados no Brasil têm sensibilidade entre 97% e 99,5%! Porém nenhum teste é 100%, e portanto sempre existe uma (pequeníssima) margem de erro. Todos os testes de gravidez mensuram a quantidade do hormônio HCG na urina, que é o hormônio produzido pela mulher quando está grávida. Este hormônio é produzido a partir da implantação do embrião no útero feminino, o que costuma acontecer em até 15 dias após a fecundação. Entretanto, a quantidade do hormônio produzido vai aumentando conforme a gravidez progride, sendo significativa a partir do primeiro mês de gravidez. Ao ser produzido, este hormônio circula no sangue materno e é eliminado pela urina da mãe, daí o porquê dos testes de gravidez mensurarem este hormônio na urina. Outro detalhe técnico: se você é daquelas que gosta de ler a bula, vai perceber que existe uma pequena diferença entre as diversas marcas: alguns testes (como da marca Clearblue por exemplo) dizem "detecção 25UI/ml", enquanto outros como da Famivita apontam "detecção 10UI/ml": mas afinal, o que significam estes números? Resumidamente, este é o limite de concentração do hormônio HCG que o teste consegue detectar, ou seja, quanto menor o valor, mais sensível (e melhor) é o teste! Lembrando que os testes tradicionais (25UI/ml) tem alta acurácia para detectar gravidez a partir do primeiro dia do atraso menstrual, enquanto testes mais "sensíveis" (10UI/ml) são capazes de detectar a gravidez mesmo alguns dias antes de ocorrer o atraso, pois já detectam uma quantidade menor do hormônio. 

     O segundo (e provavelmente o mais importante) ponto a ser considerado é a forma de se aplicar o teste - e isto pode mudar totalmente o resultado! Conforme dito anteriormente a maioria dos testes só são capazes de dectar gravidez a partir do primeiro dia do atraso menstrual, sendo esta a recomendação para utilizá-los. Também recomenda-se que o teste seja realizado na primeira urina do dia (logo quando acorda), pois nesta o hormônio HCG provavelmente estará mais concentrado, "facilitando" a leitura pelo teste. Caso opte por coletar em outro período, procure não ingerir líquidos por pelo menos 3 horas, para auxiliar na concentração da urina. Você deve utilizar um copinho ou recipiente descartável, urinar neste recipiente e mergulhar a ponta da fita ou caneta nesta urina pelo tempo indicado na embalagem do teste utilizado (normalmente entre 5 e 15 segundos). Após este período deve retirar o teste da urina e colocá-lo em algum local seco, para daí aguardar o tempo certo para leitura do resultado. Recomenda-se aguardar no mínimo 10 minutos para a certeza do resultado, pois neste intervalo ainda é possível o teste "positivar". Se o teste vier positivo antes disso, a gravidez está confirmada, e se estiver negativo após os 10 minutos, é muito pouco provável que venha a se tornar positivo. Na hora da leitura, as famosas "barrinhas" são auto-explicativas: se aparecerem duas o teste é positivo, se permanecer apenas uma, o teste é negativo. O problema é quando aparece aquela barrinha "fraca", quase imperceptível, que pode deixar a mulher em dúvida. Do ponto de vista prático o teste só pode ser positivo ou negativo, então se aparecer barrinha fraca, indica que existe o HCG sendo eliminado, e portanto é considerado positivo! Provavelmente trata-se de gravidez em fase muito inicial, na qual a produção do hormônio ainda é pequena, e por isso o teste ainda vem com resultado "fracamente positivo". O ideal é repetir este teste dentro de uma a duas semanas, quando é esperado que a barrinha fique mais escura. Na dúvida, recomendo procurar uma médica obstetra-ginecologista, que deverá pedir a dosagem quantitativa do hormônio no sangue. Devemos também comentar que existem algumas condições que podem resultar em baixa produção do hormônio mesmo com a mulher estando grávida, porém isto é um assunto complexo que deve ser discutido com a sua médica.